Segundo
o presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado
federal Rafael Guerra (PSDB-MG), o setor privado e filantrópico
está acabando. “Caso estas instituições
continuem funcionando com prejuízo, devido principalmente à defasagem
das tabelas, ficarão nas mãos das prefeituras.
Quanto mais endividado o hospital estiver, melhor, porque com
a desculpa de ajudar, o governo municipal exige a entrega da
administração. A situação é maquiavélica. É preciso
ficar atento. A Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
já está sendo gerida, praticamente, pelo Conselho
Municipal de Saúde”, afirma.
Segundo Dr. Rafael Guerra, o declínio da Santa Casa de BH
começou quando ela teve de transformar os apartamentos particulares
em enfermarias para se adequar à portaria 113/1997 da Secretaria
de Assistência à Saúde, criada para impedir
a complementação de pacientes em acomodações
especiais no Sistema Único de Saúde.
“No segundo semestre desse ano, pretendemos realizar um grande movimento
pela revogação desta portaria. Diferentemente do
que muitos pensam, a complementação não prejudica
os pobres, muito pelo contrário, porque a verba extra que
a instituição recebe é um fator de equilíbrio
para que ela possa sobreviver e aprimorar seus serviços.
A complementação funciona como uma compensação
e deve ser regulamentada e fiscalizada. Vamos ficar atentos, pois
haverá muita resistência. Usarão o argumento
que estamos querendo colocar a classe média no SUS.”
Compromisso
com a saúde
O mineiro José Rafael Guerra Pinto Coelho nasceu em 29
de março de 1943, é casado e tem cinco filhos.
Formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), em 1965, com especialização em cirurgia
geral. Foi estagiário voluntário da Santa Casa
de Misericórdia e do Hospital de Pronto Socorro de Belo
Horizonte, e sempre participou de todas as comissões e
seminários de reformas universitárias.
Ingressou na Universidade de Illinois, Chicago, nos EUA, onde
concluiu sua pós-graduação. De volta ao
Brasil, atuou como cirurgião em vários hospitais
de Belo Horizonte, entre eles o hospital da previdência
- IPSEMG, Pronto Socorro e Santa Casa de Misericórdia.
Nos anos 70, além da cirurgia Geral, Rafael Guerra acumulou
as funções de professor da Faculdade de Ciências
Médicas e Faculdade de Medicina de Itajubá, tornando-se
mais tarde presidente do departamento de Cirurgia Gastroenterológica
da Associação Médica de Minas Gerais.
No início dos anos 80, Rafael Guerra foi eleito presidente
da Associação Mineira de Educação
Médica e coordenador do Serviço de Urgência
Cirúrgica da Faculdade de Ciências Médicas
de Minas Gerais. Em 1987, foi eleito Diretor da mesma Faculdade,
onde permaneceu até 1995, após ser reeleito.
O médico iniciou a sua carreira política em 1995,
quando foi convidado para ser o Secretário de Saúde
do Estado de Minas Gerais. Em 1999, foi eleito deputado federal
pelo PSDB/MG e, em 2003, foi reeleito.
“Felizmente, posso olhar para meu passado sem me arrepender de
nada, pois não preciso da política para viver e
nem devo nada a ninguém. A política para mim é uma
missão. Meu compromisso é com a Saúde, e
se um dia tivesse que escolher entre a Setor de Saúde
e o meu partido, ficaria com a Saúde”, revela o
deputado.
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